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La insignia
24 de fevereiro de 2007


Brasil

Os verdadeiros criminosos


Luís Nassif
La Insignia. Brasil, fevereiro de 2007.


Conforme relatei na coluna de ontem, nos anos 80, a Febem de Minas Gerais recuperou centenas e centenas de meninos. Parte relevante deles foi servir no Corpo de Bombeiros do Estado. Tornaram-se cidadãos produtivos, homens de bem, e seguiram uma das mais belas profissões, como que querendo devolver para a sociedade o bem que ela lhes proporcionou.

Nos anos 80, a Febem de Minas Gerais foi presidida por Antonio Carlos Gomes da Costa, educador brasileiro ligado à causa jovem, que trabalhou para diversos organismos internacionais como UNICEF, OIT e ONU. Também foi um dos autores do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Ela foi destruída nos anos seguintes por uma politização absurda. A Febem de São Paulo foi destruída por politização e incompetência gerencial. Em lugar de cidadãos, passaram a despejar no mundo candidatos a marginais.

Os meninos, transformados em bandidos, cometem crimes, alguns são mortos no decorrer da carreia, outros são presos e condenados, muitos são condenados e não ficam presos.

Mas e os responsáveis maiores por essa situação, os políticos que destruíram o projeto pedagógico das Febems, assim como os governadores que permitiram essa destruição? Para eles, nada, sequer a lembrança de que uma criança assassinada, uma família chacinada, o exército de meninos perdidos para a delinqüência, são responsabilidade direta deles. Os crimes que cometem são impessoais, porque a sociedade só acorda no momento em que ocorre uma tragédia e sai feito barata tonta atrás de qualquer culpado.

No fórum sobre Segurança Pública organizado pelo site do Projeto Brasil (www.projetobr.com.br), foram apontados os seguintes obstáculos a uma política eficiente no setor:

1-Divisão entre polícias civil e militar
2-Divulgação de procedimentos e estratégias
3-Bancos de dados próprios e cooperação mínima
4-Interferência política
5-Ineficácia do sistema INFOSEG (o banco de dados do setor).
6-Corrupção policial
7-Falta de motivação dos profissionais
8-Gestão da integração policial
9-Investimentos insuficientes

A divisão entre as forças estaduais de segurança foi apontada como o principal obstáculo à integração policial. Atualmente, algumas corporações contrariam a Constituição Federal, que define que apenas a Polícia Civil pode realizar investigações. A proposta de unificação sugere a criação de uma polícia estadual única responsável pelas atividades de policiamento ostensivo e investigação, atualmente funções da Polícia Militar e da Civil, respectivamente.

Com a transição, cargos seriam criados ou reformulados para adequação à estrutura organizacional da nova polícia única.

Atualmente, as Polícias Federal e estaduais têm sistemas informatizados com fotos, voz, impressões digitais e outras informações de pessoas envolvidas em delitos. São Paulo é destaque nessa área. Após dois anos de negociação, as diversas polícias ainda não compartilham essas informações, o que facilita a ação de facções criminosas e mantém o isolamento do setor público no combate ao crime. O projeto de criação de uma rede nacional de dados começou em 2003 com o INFOSEG, mas esbarrou no atraso tecnológico do sistema utilizado pelo Governo Federal.

Índices de Preços

A divulgação de mais índices de preços vai confirmando os erros do COPOM (Comitê de Política Monetária) ao reduzir o ritmo de queda da taxa Selic. A última revisão do mercado aponta para uma inflação em 2007 abaixo da própria meta fixada pelo Banco Central. Quando o BC erra para baixo, significa que comprometeu o crescimento mais do que o necessário para segurar a inflação. Queimou riqueza em vão.

IPCA e Câmbio

Segundo simulações do Departamento Econômico da Agência Dinheiro Vivo, se a taxa de juros Selic caísse de 13 para 10% no prazo de um ano, e o dólar saísse dos R$ 2,10 atuais para R$ 2,40, o IPCA alcançaria um máximo de 6,5% ao ano, um custo extremamente baixo para uma transição que poderia devolver competitividade à economia brasileira. Esses dados foram calculados levando em conta a série histórica desde 1999.

O biodiesel

A escalada de investimentos externos no biodiesel está em franca expansão, em rito intenso. Esta semana o grupo franco-brasileiro Agrenco fechou com a Marubeni Corporation, do Japão um investimento de US$ 190 milhões em energia. Serão construídas três usinas de biodiesel, duas usinas de energia elétrica e duas indústrias de esmagamento de soja no Alto Araguaia (MT), Caarapó (MS) e Céu Azul (PR).

A dívida externa

Com a apreciação do real, não apenas o setor privado como o público trataram de liquidar suas dívidas em dólares. Em janeiro a dívida pública externa caiu mais 2,4% em comparação com dezembro. No mês passado a redução foi de R$ 2,9 bilhões. Da dívida externa, 83,3% são atrelados ao dólar, 10,91% ao euro e 4,6% ao real. Os títulos externos em real começaram a ser testados no ano passado.

O Selo Social

Uma das grandes inovações do Programa do Biodiesel é o Selo Social, que permite às usinas vantagens fiscais, atreladas à compra de parte da produção de agricultores familiares. Agora começam a surgir outras propostas de inclusão social. Uma das que estão sendo gestadas é a do aproveitamento do óleo de cozinha usado. Esse tipo de projeto pode ser adotado por ONGs ou prefeituras para inclusão social.



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