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La insignia
12 de abril de 2007


Razões para o milagre chinês


Luís Nassif
La Insignia. Brasil, abril de 2007.


Em sua última carta mensal, o Conselho Empresarial Brasil China (CEBC) traz um artigo de Marcelo José Braga Nonnenberg, do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), tentando definir os fatores que levaram ao chamado milagre chinês.

Um dos fatores relevante foi a expansão de Hong Kong. O governo chinês percebeu a oportunidade e em 1980 criou quatro Zonas Econômicas Especiais, iniciando através delas o processo de liberalização do comércio exterior, com forte redução de tarifas. Ali se começou a praticar o moderno capitalismo chinês, como se fosse um laboratório isolado do restante do continente.

O segundo ponto foram as elevadas taxas de poupança doméstica, permitindo juros relativamente baixos, viabilizando muitos empreendimentos voltados especialmente para a construção civil.

O terceiro ponto foi o aumento do fluxo de investimentos diretos, através dessas Zonas Especiais. Essas áreas passaram a receber incentivos fiscais, terrenos e edificações, permitindo colocar próximos os fornecedores e indústrias similares, centros de pesquisa e incubadoras de empresas.

O quarto ponto a falta de respeito com direitos trabalhistas, rebaixando o custo da mão-de-obra com oferta quase infinita de mão de obra de baixa renda, além da concepção de hierarquia e disciplina dos seus trabalhadores, proibição de sindicalização e ausência de Justiça do Trabalho. Esse ponto fez com que o aquecimento da economia não provocasse um crescimento similar nos salários.

O quinto ponto foi a falta de respeito com a propriedade intelectual. Para entrar na China, multinacionais eram obrigadas a ter um sócio local, que passaram a se apropriar do conhecimento transferido do exterior para produzir por conta própria produtos falsificados.

Finalmente, o elemento macro-econômico com uma política combinando estímulo ao crescimento com controle inflacionário.

O sétimo ponto foi a existência de economias de escala, permitindo baratear especialmente [produtos siderúrgicos, de cimento, veículos e químicos.

Finalmente, uma política de câmbio favorável, combinada com acumulação de reservas.

A Carta traz comparações interessantes entre a China e a Índia. A primeira grande diferença é na estrutura do PIB (Produto Interno Bruto). Em 2005 a indústria respondeu por 53% do PIB chinês, contra 27% da China. Segundo o National Bureau of Economic Research, a indústria tem crescido a 11% na China e a 6,7% na Índia. No setor de serviços, a Índia cresce a 9,1% contra 9,8% da China. No setor agrícola, a China tem crescido a 3,7% contra 2,2% da Índia.

A grande força da China é no campo externo. Em 2006 as exportações responderam por 24,2% do crescimento do PIB, US$ 969 bi contra US$ 791,5 bi de importações. Para chegar lá, além do câmbio favorável, a China fez investimentos pesados em infra-estrutura de apoio, especialmente estradas, portos e aeroportos, geração e fornecimento de energia. Já a Índia tem no setor de serviços o ponto forte das exportações, que em 2006 alcançaram US$ 112 bi contra importações de US$ 187,9 bi. Excetuando serviços, a base das exportações indianas são produtos primários; e das importações, produtos manufaturados. Comércio Exterior

Na estrutura de comércio exterior, a China tem grande interação com seus parceiros regionais Entre os quatro maiores compradores de produtos, depois dos EUA (21%), os demais são Hong Kong (17%), Japão (12,4%) e Coréia do Sul (4,7%). Já a Índia tem entre os maiores compradores os EUA (19,8%), China (8,3%), Emirados Árabes Unidos (8%) e Reino Unido (5,1%). Os maiores vendedores para a China são Japão, Taiwan e Coréia do Sul.

Excesso de poupança

O excesso de poupança é um problema para a China, responsável pelo superaquecimento de alguns setores da economia. Em 2005 a China recebeu US$ 72,4 bi em investimentos estrangeiro, quase onze vezes mais do que a Índia. Na Índia, o déficit público tem consumido grande parte do capital acumulado. A Agência de Inteligência Central dos EUA estima o déficit público indiano em 52,8% do PIB; na China, é de 22,1%.

Sistema educacional

Apesar dos investimentos, os sistemas educacionais são precários em ambos os países. Embora na Índia, seja de 24% a taxa de analfabetismo de jovens entre 15 e 24 anos, contra apenas 1% na China. As universidades são acessíveis apenas às classes mais privilegiadas. Mas os dois países conseguem reter cérebros nas indústrias intensivas em tecnologia e no intercâmbio empresarial, e investimento em institutos de pesquisa.

Disparidades sociais

As disparidades regionais demonstram a pouca preocupação dos dois países com a distribuição de renda. E em ambos há uma crescente reação da população contra a ineficiência do serviço público e contra atos de corrupção dos governantes. Na Índia é menos claro devido ao sistema de castas. Na China é mais presente, devido à rápida urbanização. Na China não há tradição democrática. Na Índia, há, apesar do sistema de castas.

Riscos globais 1

Embora relativamente otimista em relação à economia mundial em 2007, os maiores fatores de risco, para o FMI, estão nas operações financeiras globais. Um efeito adverso em uma delas poderia levar a uma reavaliação dos riscos em outras e o ajuste para um nível maior de volatilidade pode não ser suave. É o chamado efeito-cascata, presente em outras crises globais nos anos 80 e 90.

Riscos globais 2

Uma dessas operações é o "carry trade" (captação em moeda com juro menor para aplicação em países com taxas mais altas). Outra ponta é o crescimento maciço nas aquisições (buyouts). A abundância de financiamento tem elevado muito o valor das companhias. Finalmente, os "hedge funds" (fundos de risco) podem também atuar como transmissores ou amplificadores de choques iniciados em outros lugares".



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