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3 de maio de 2006 |
Número de jovens vítimas de violência subiu 90% em quatro anos Coav. Brasil, maio de 2006.
A ONG Casa Alianza divulgou no final de março um levantamento sobre o número de jovens mortos em Honduras durante o governo do presidente Ricardo Madura, entre 2002 e 2006. A triste constatação é que crianças e adolescentes continuam sendo as maiores vítimas da violência no país.
Segundo dados da organização, que atua ainda na Guatemala e Nicarágua, 1.976 jovens menores de 19 anos foram vítimas de morte violenta ou execução arbitrária no país neste período. Em 74% dos casos foram utilizadas armas de fogo. Os anos que registraram maior número de crimes foram 2002 e 2003, com 549 e 557 mortes, respectivamente. Em 2004, houve 395 vítimas fatais, uma diminuição de 29,1% em relação ao ano anterior. Em 2005, no entanto, os índices voltaram a subir alcançando 431 mortes. "As taxas são superiores às verificadas durante o governo anterior do presidente Carlos Flores quando 1.019 jovens morreram no país vítimas de violência. O aumento de quase 90% é bastante significativo", diz comunicado da Casa Alianza. A pesquisa foi feita com base em casos registrados por veículos de comunicação. A taxa, portanto, pode ser ainda maior. Mortes também em cidades pequenas Das 1.976 mortes registradas nos quatro anos do governo do presidente Ricardo Maduro, 74% ocorreram na capital Tegucigalpa e em San Pedro de Sula, a segunda maior cidade do país. A novidade foi o crescimento de crimes ocorridos em cidades pequenas como Comayagua, Yoro e Cortes. Outro dado que causa preocupação entre os especialistas é a alta taxa de mortos do sexo masculino, 83% contra apenas 17% do sexo feminino (ou seja, para cada cinco mortos, quatro no mínimo são homens). Os casos de assassinato de mulheres jovens, apesar de menos numerosos, têm uma característica comum: quase todas as vítimas sofreram tortura ou abuso sexual. Autores não identificados Outro dado que chama atenção na pesquisa é que em 73% dos casos registrados o autor do crime não foi identificado. A Casa Alianza, no entanto, cita um estudo da Unidade Especial de Investigação de Morte de Menores dizendo que, em 193 casos estudados, 13% dos autores foram policiais, 44% integrantes de gangues e 43% particulares ou desconhecidos. As armas mais utilizadas nos crimes são a pistola 9mm e o fuzil AK-47. "Cultura de vida" Os casos de assassinato apresentam quase sempre as mesmas características de anos anteriores: os corpos são localizados em lugares de difícil acesso, com sinais de tortura, pés e mãos atados, e com tiros na nuca ou cabeça. A novidade em relação ao período anterior é que boa parte das vítimas foi executada em grupo. José Manuel Capellin, diretor Nacional da Caza Alianza, diz que, apesar dos esforços de ONGs e entidade de diretos humanos, a tendência atual ainda é de crescimento dos índices de violência na região. "O novo governo e a sociedade hondurenha de maneira geral devem planejar e realizar ações estratégicas para combater tanta violência. A situação é muito preocupante. O número de vítimas inocentes é enorme. Precisamos apostar numa 'cultura de vida' onde prevaleça a solidariedade, a compreensão e a solução de conflitos de maneira pacífica", finaliza. |
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