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30 de junho de 2005 |
Tostão
Coletivamente, o Brasil atuou muito melhor contra a Alemanha do que contra Grécia, México e Japão. Isso é promissor.
Kaká e Ronaldinho Gaúcho atuaram mais pelos lados, atacando e marcando os armadores que jogavam nos seus setores. Diminuíram os problemas de marcação no meio-campo. Mas, quando jogam pelo meio e mais à frente, os dois brilham mais. Em compensação, não dá tempo para recuarem e se posicionarem defensivamente. Melhora de um lado e piora de outro. Como Parreira quer dois atacantes, ele tira sempre o Kaká quando quer reforçar a marcação no meio-campo. Só não entendo por que entra o Renato, não o Juninho. Parreira merece críticas e também elogios por experimentar novos laterais, escalar o quarteto, um time ofensivo e outros acertos. Na vitória sobre o Brasil nas eliminatórias e em vários outros jogos, a Argentina jogou no estilo Bielsa, com uma forte marcação por pressão e muita velocidade. Com Bielsa, atuava dessa forma contra qualquer adversário, mesmo fora de casa. Nas outras recentes partidas das eliminatórias e na Copa das Confederações, a Argentina jogou no estilo Pekerman, com uma marcação menos forte, por setor, e um futebol mais cadenciado e de toque de bola, sob o comando do clássico e talentoso Riquelme. Pekerman tem um estilo mais parecido com o do Parreira do que com o do "louco" Bielsa. Hoje, a Argentina deve voltar ao estilo Bielsa. Mas, como não joga em casa, deve fazer uma marcação por pressão mais branda, como fez a Alemanha no primeiro tempo contra o Brasil e contra a própria Argentina. No segundo tempo, os alemães cansaram, e os brasileiros e argentinos comandaram o jogo. O mesmo aconteceu na última vitória argentina contra o Brasil e pode se repetir hoje. O perigo é a Argentina terminar a primeira etapa com vantagem. Para sair dessa marcação, é preciso que, além de talento individual, o Brasil também tome a bola mais à frente e mude rapidamente a jogada de lado. A Argentina está mais desfalcada, com apenas quatro jogadores da vitória sobre o Brasil nas eliminatórias. Mas em campo neutro, mesmo os dois times com todos os titulares, o Brasil tem mais chances de vencer porque possui atletas mais decisivos no ataque. Seleção sub-20 A seleção sub-20 da Argentina é melhor do que a brasileira e mereceu a vitória. O time do Brasil é forte, grande, mas de pouco talento ofensivo, que sempre foi a grande qualidade do futebol brasileiro. A maior promessa é o Anderson, ex-jogador do Grêmio e que faz parte da seleção sub-17. Ele deveria estar também na sub-20. Outras decisões Em casa, Chivas e River Plate vão tentar fazer a pressão que Atlético-PR e São Paulo fizeram em seus campos. Além de ser ótimo no gol e nos pênaltis e excepcional nas faltas, escrevi que o Rogério Ceni, quando joga na cobertura dos zagueiros, tem os dois olhos sincronizados no passe, na bola, nos defensores e atacantes, e mais um terceiro olho, o de dentro, da percepção, da imaginação e da intuição. Faltou dizer que é o olho do craque. Como a seleção brasileira já tem um craque na cobrança de pênalti e de faltas perto da área com o pé direito (Ronaldinho Gaúcho), prefiro ainda o Dida de titular, mesmo sem saber jogar com os pés. Saída precoce Colunista não é repórter que somente relata os fatos. O colunista tem o direito de divagar, deduzir e de fazer críticas técnicas e profissionais, de acordo com as suas percepções e sentimentos, desde que não seja leviano. Por isso, independentemente de suas razões e de suas queixas, corretas ou não, da diretoria do Botafogo, deduzo por vários indícios que o Paulo César Gusmão percebeu a queda do time e caiu fora para aproveitar o atual prestígio. No Flamengo, ele saiu após cinco jogos e fez reclamações parecidas. Não gosto também de técnicos marqueteiros que estão sempre na mídia dando notícias para se valorizarem. Não entendia ainda por que um jovem e promissor técnico era tratado por alguns como se fosse um profissional consagrado. Parece que o Paulo César aprendeu com o Luxemburgo as coisas boas e ruins. |
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