Tostão: Ex-teimoso Parreira

A Copa das Confederações servirá para alguns ganharem dinheiro, para tirar jogadores importantes da Libertadores, para a Alemanha treinar a organização para o Mundial e para várias seleções se prepararem melhor. Mas não deveria acontecer durante as férias dos jogadores.

Apesar dos desfalques do Brasil e, principalmente, da Argentina, estarão presentes três seleções com chances de ganhar a próxima Copa. Argentina e Brasil, mais pelas qualidades técnicas, e Alemanha, mais pela tradição e por jogar em casa.

A Grécia armou uma retranca na Eurocopa com oito jogadores próximos da área e ganhou o titulo. Foi uma grande zebra. Assim jogou o Paraguai contra o Brasil e foi goleado. Só a Argentina marca pressionando o time brasileiro.

Repetindo o que escrevi antes do jogo contra o Uruguai, na estréia do quarteto, prefiro, como referência, três no meio-campo e três mais adiantados. Assim jogou a seleção de 70, atuam todos os times dirigidos pelo Luxemburgo, o Barcelona, o Milan e as principais equipes do mundo.

Não funcionou bem na seleção brasileira antes da formação atual porque os armadores marcavam muito lá atrás e Zé Roberto e Juninho chegavam pouco ao ataque. É bastante diferente ter três jogadores no meio-campo que pedir para um meia ofensivo recuar e ajudar na marcação. Muitas vezes também é melhor ter um armador que chega ao ataque de surpresa para finalizar, dentro e fora da área, como faz muito bem o alemão Ballack, do que ter mais jogadores na frente.

Porém como o Brasil tem excepcionais meias ofensivos e atacantes vale a pena tentar escalar os melhores, pelo menos, como opção durante as partidas ou no início de certos jogos. Não há dogmatismo no futebol.

A Copa das Confederações será ainda uma boa chance para o Robinho se tornar um craque mundial e ser titular da seleção.

Ainda não é.

Cicinho e Gilberto ou Léo, sem fugirem de suas características, terão de ser laterais, marcando mais atrás, fazendo a cobertura dos zagueiros e avançando no momento certo. Contra a defensiva Grécia, poderão atacar bastante.

Cafu e Roberto Carlos são ainda os melhores laterais do mundo porque marcam e atacam bem. Isso é raro. Bastou o Cafu jogar mal contra a Argentina para dizerem que ele não serve mais. No último ano, atuou muito bem e foi o mais regular do Milan.

Belletti é um bom lateral, mas parece um robô que você dá corda e faz sempre tudo igual. Repete os seus acertos e defeitos. Estava na hora de vermos algo diferente, mesmo que não dê certo.

Parreira vai escalar novamente o quarteto e o ofensivo Cicinho, como quase todos queriam, e que não eram preferências do técnico. Não se pode mais chamar o Parreira de teimoso. Até ele ter uma recaída.

Brasil e Argentina

Escrevi na coluna anterior que Brasil e Argentina estão no mesmo nível, na média de suas virtudes individuais e coletivas.

Mas apenas quando os dois se enfrentam.

Como o Brasil não será tão marcado por outras seleções, como foi contra a Argentina, os grandes craques brasileiros terão mais chances de brilhar do que os principais jogadores argentinos, contra os mesmos adversários. Por isso, o Brasil é hoje mais favorito do que a Argentina em qualquer competição. Calendário

É desanimador assistir aos jogos do Campeonato Brasileiro sem público e com os times desfalcados. Acabaram os parâmetros técnicos. Não dá para dizer mais quem são os melhores. O Botafogo faz muito bem a sua parte e vence mesmo quando joga mal.

Como o calendário continuará caótico e os times teoricamente mais fortes terão mais chances de perder os seus principais jogadores, não será mais surpresa se Botafogo, Juventude e outros times modestos chegarem entre os primeiros no final do campeonato.

É lamentável ainda ver Atlético-PR, Santos, São Paulo e Fluminense jogarem partidas decisivas pela Libertadores e Copa do Brasil com seus times desfalcados. Dez anos

A ESPN Brasil completa nestes dias dez anos. Sinto orgulho de ter trabalhado nessa emissora, que faz um jornalismo sério, independente e inteligente.