Mapa del sitio Portada Redacción Colabora Enlaces Buscador Correo
La insignia
2 de junho de 2005


Passado, presente e futuro


Tostão
Jornal do Brasil. Brasil, junho de 2005.


Em 1968, a Seleção Brasileira fez uma longa excursão pelo mundo sem o Pelé, que jogava pelo Santos e/ou tratava de assuntos particulares. Atuei no seu lugar e garanti o meu nome nas futuras convocações.

Em 1974, Pelé não foi ao Mundial porque não queria arriscar o seu prestígio e ou por outras razões. Outros craques, em todos os esportes, tiveram o mesmo comportamento. Todos tinham os seus motivos, justos ou não. Os craques do passado adoravam jogar na Seleção, mas não eram mais patriotas nem tinham mais amor à camisa do que os atuais.

Como todo cidadão, Ronaldinho tem direito de desfrutar de férias e de desejar não ir à Copa das Confederações. Mesmo considerando que seria mais uma oportunidade para a equipe melhorar o entrosamento, o descanso seria bom para o jogador e para a Seleção. Fisicamente, Ronaldinho é também um jogador especial.

Além disso, os outros jogadores que atuam na Europa terão dias de férias variáveis após essa competição, o que não aconteceria com Ronaldinho, no Real Madrid.

A decisão da CBF de dispensar o Ronaldinho dos dois jogos das Eliminatórias foi surpreendente. Tudo sugere que foi uma punição. Ao não querer jogar o torneio na Alemanha, Ronaldinho, o mais importante jogador do mundo, perturbou os interesses políticos e financeiros dos empresários, dos patrocinadores da Copa das Confederações, da Fifa e da CBF.

Há o outro lado. Se a Seleção, Adriano, Robinho e ou Ricardo Oliveira jogarem bem, Ronaldinho terá, pela primeira vez, a sensação de que não é insubstituível. Ele não tinha nas Copas de 98 e 2002 um substituto como Adriano. Isso estimularia Ronaldinho a se preparar bastante para o seu provável último Mundial.

Pelé, que muitos consideravam em declínio antes da Copa de 70, treinou como nunca para brilhar no Mundial e ficar imortalizado como o eterno Rei do Futebol.

Pelas suas atuações nos últimos 12 meses e no jogo contra a Guatemala, Grafite merecia a convocação, entre os atacantes que atuam no Brasil.

Mas como ele está com problemas físicos, disputa a Libertadores pelo São Paulo, será reserva na Seleção e a sua presença poderá estimular provocações dos argentinos, seria mais sensato chamar o Fred, que está hoje em melhor momento.

Laterais e alas

Insisto neste assunto. A diferença entre lateral e ala não é apenas teórica ou de nomenclatura antiga e nova. Só existe ala no esquema com três zagueiros.

Os laterais fazem parte da linha de quatro defensores. Quando um zagueiro sai para fazer a cobertura do lateral, o outro zagueiro se movimenta na mesma direção e o lateral do outro lado se posiciona como um zagueiro. Não dá para o ala fazer isso. Os alas fazem parte da linha de meio-campo, ao lado de um ou dois volantes.

Para chegar ao ataque, o lateral percorre uma distância muito maior do que a do ala. O lateral tem de receber a bola na frente e decidir o lance. Ele não pode avançar antes da bola e esperar o passe, como se fosse um ponta ou um ala. Se a equipe perde a bola, é muito mais difícil para um zagueiro ou volante fazer a cobertura do lateral do que para o terceiro zagueiro cobrir o ala.

O ala joga na mesma posição e tem a mesma função do meia, no esquema com dois volantes e um meia de cada lado. Por isso, é melhor escalar armadores ofensivos de alas, como faz o Murici Ramalho no Inter com o Jorge Wagner, do que pedir para o lateral avançar mais do que o habitual.

Antes de ter sido ala, Cicinho foi lateral por acaso. Deveria ter jogado de meia, se não fez isso. Mesmo assim, ele pode se adaptar bem à lateral da Seleção. Já Cafu e Roberto Carlos, titulares absolutos, são melhores laterais do que alas. Os dois marcam bem, chegam com velocidade ao ataque, mas avançam sempre encostados à linha lateral. Eles não têm a habilidade de um meia para entrar pelo centro, tabelar e fazer gols.

Não pretendo ditar normas nem ser dono da verdade. São apenas minhas opiniões. Quando ouço e leio conceitos diferentes e convincentes, aprendo e mudo de opinião. Sou orgulhoso, mas nem tanto.



Portada | Iberoamérica | Internacional | Derechos Humanos | Cultura | Ecología | Economía | Sociedad Ciencia y tecnología | Diálogos | Especiales | Álbum | Cartas | Directorio | Redacción | Proyecto