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La insignia
22 de junho de 2005


Brasil

«Vamos investigar os fatos que aparecerem»


José Genoino
Linha Aberta. Brasil, junho de 2005.


Num discurso de 50 minutos durante encontro sobre agricultura familiar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi enfático ao rebater as denúncias de corrupção, afirmando que ninguém tem mais autoridade moral e ética do que ele para transformar o combate à corrupção numa prática cotidiana, e não apenas numa bandeira.

Sob aplausos constantes de uma platéia de cerca de 900 pessoas, Lula disse que nenhum governo na história republicana fez sequer 20% do que seu governo está fazendo no combate a eventuais irregularidades na administração pública. Segundo o presidente, aqueles que torciam contra o governo agora agem com medo da reeleição.

"Tem gente incomodada. Os que torciam para que meu governo fosse um desastre agora estão com medo é da reeleição. Antes eles falavam que tinha ministério demais, secretarias demais. Depois que quebraram todas as barreiras, resolveram quebrar a questão ética, e tudo isso por conta de um cidadão de terceiro escalão dos Correios (o ex-chefe do Departamento de Contratação de Material dos Correios Maurício Marinho) que pegou R$ 3 mil. Mas ninguém tem mais autoridade moral e ética do que eu para fazer isso, para transformar a luta contra a corrupção não em bandeira, mas em prática cotidiana", disse.

"Eu sou a negação do ritual histórico. Eu tenho a minha origem. Estar aqui com vocês incomoda, faz a diferença", continuou.

Lula afirmou que a oposição está com pressa de antecipar o debate eleitoral. "O mandato para quem está no governo é curto, mas para quem está na oposição é uma eternidade".

O presidente reiterou que todas as denúncias serão investigadas, não importando quem sejam os suspeitos, mas sem bravata. "Já vi ser eleito um presidente da República caçador de marajás e depois a gente viu o que aconteceu. Eu tenho vergonha na cara, e a gente aprende isso dentro de casa. Já fiz muita bravata, mas agora sou presidente."

E mandou um recado. "Eles não sabem com quem estão lidando. Com corrupção a gente não brinca. O que não dá para ficar é assistindo a questões que não têm fundamento", disse Lula, explicando, por exemplo, que as denúncias de corrupção nos Corrreios começaram a ser investigadas assim que vieram a público.

"Vamos investigar os fatos que aparecerem. O que não se pode é ficar correndo atrás de denúncia vazia", disse.

Com relação ao suposto pagamento de mesalidades a deputados, o presidente afirmou: "Se fizerem acusações contra o Congresso, é um problema do Legislativo, que tem mecanismos de auto-investigação. Não tenho no Congresso nenhum projeto pedindo aumento salarial para o presidente, pedindo prorrogação de mandato, nem a tri-reeleição. Os projetos são de interesse do país. Não se pode permitir que, por causa de uma CPI, o Congresso não funcione. Se aparecerem fatos na CPI, que se repasse para o Ministério Público e quem tiver culpa será punido. Quem não tiver, será absolvido".

Lula fez seu discurso depois que o presidente da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), Manoel dos Santos, e o presidente da CUT, Luiz Marinho, defenderam o governo em suas falas. Marinho arrancou aplausos dos agricultores quando disse que continua confiando no governo Lula e quer a reeleição". O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, também afirmou que esse ato era importante num momento como esse e disse que alguns não gostam do que está acontecendo no país.

"Aqueles que secularmente se apossaram da riqueza sabem que as coisas estão mudando. Estamos construindo um novo país com a cara de vocês", disse Rossetto.



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