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La insignia
9 de junho de 2005


Brasil

Mídia reacionária faz o jogo do PSDB e do PFL


João Felicio (*)
Linha Aberta. Brasil, junho de 2005.


A postura ativa e altiva adotada pelo governo brasileiro na OEA, afirmando com firmeza uma conduta de respeito à soberania nacional e contrária à ingerência norte-americana nos assuntos internos de cada país, aponta que vivemos um novo tempo. Ao contrário da submissão servil aos interesses estrangeiros, que foi o motor da desnacionalização, desindustrialização e privatização a preço de banana praticadas pelo desgoverno FHC, o governo Lula adota uma política externa independente, de cabeça erguida.

Pautado pelos interesses nacionais, comprometido com uma integração latino-americana, mas também ampliando mercados em países irmãos da África e da Ásia, o governo brasileiro tem incomodado, naturalmente, alguns setores apodrecidos, tanto externos quanto internos, que perderam há algum tempo sua identidade com a nação e com o nosso povo.

Assim, não é de estranhar que os setores mais reacionários da imprensa e da sociedade brasileira decidam dar um passo a mais no caminho e enveredar abertamente pelo golpismo, utilizando-se para isso de denúncias requentadas do deputado Roberto Jefferson. Que autoridade tem esse senhor, cuja trajetória dispensa maiores comentários, acusado de ter exigido uma mesada de 400 mil de um correligionário, para atentar contra a história de integridade e compromisso do presidente Lula? Nenhuma. Na verdade, os objetivos por detrás da infâmia patrocinada por esses setores da mídia são visíveis: servir ao PSDB e ao PFL.

Mas é bom lembrar que os mesmos senhores que hoje estampam em manchetes as mais levianas especulações contra gente honrada, que já demonstrou o seu compromisso e amor ao Brasil, de tudo fizeram para tergiversar e acobertar as negociatas a peso de ouro, como a compra de votos para a reeleição ou a privatização do sistema Telebrás. Em ambos os casos, com farta documentação incriminando definitivamente os envolvidos.

Quando gravações telefônicas realizadas em 1997 indicavam que a emenda constitucional da reeleição de FHC havia custado caro aos cofres públicos, com os deputados Ronivon Santiago e João Maia (do PFL do Acre), tendo recebido R$ 200 mil, eles foram expulsos do partido e renunciaram aos mandatos. Um pedido de CPI foi apresentado para apurar o caso, mas, até o final do segundo mandato de FHC, nada foi aprovado. O projeto de resolução que previa a investigação da negociata foi rejeitado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, a partir do relatório da deputada tucana Zulaiê Cobra (SP).

Durante a entrega do sistema Telebrás aos cartéis estrangeiros, grampos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) trouxeram à tona um extenso diálogo entre Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do BNDES. Segundo a imprensa, os dois armavam o apoio da Previ, a caixa de previdência do Banco do Brasil, para beneficiar o consórcio do banco Opportunity, que tinha como um dos donos o economista Pérsio Arida, amigo de Mendonça de Barros e de Lara Resende. O montante do "benefício" foi de R$ 24 bilhões. A pressão do governo tucano fez com que parlamentares retirassem o apoio ao pedido de CPI, que não obteve o número de assinaturas exigido pelo regimento da Câmara.

Como já deixamos claro, a CUT defende a apuração rigorosa de todo e qualquer crime contra o patrimônio público, bem como a punição exemplar dos envolvidos, mas jamais vai compactuar com a farsa, a mentira e a manipulação a serviço da direita golpista.


(*) João Felício é secretário nacional Sindical do PT e secretário-geral da CUT (Central Única dos Trabalhadores).



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