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La insignia
7 de junho de 2005


Brasil

A denúncia de Jefferson


Agência Brasil, junho de 2005.


Brasília - Em entrevista publicada na edição de hoje (6) do jornal "Folha de S. Paulo", o deputado federal Roberto Jefferson (RJ, presidente do PTB) diz ter tomado conhecimento, por intermédio de diversos parlamentares, da existência de um esquema de pagamento mensal a deputados, o chamado "mensalão", no Congresso.

Deputados do PP e do PL, segundo ele, recebiam até o início deste ano R$ 30 mil por mês. Ainda segundo Jefferson, esse dinheiro seria pago por Delúbio Soares, tesoureiro do PT. O presidente do PTB diz que, desde o início de 2004, levou essa informação sobre o suposto pagamento aos ministros José Dirceu (Casa Civil), Ciro Gomes (Integração Nacional), Walfrido Mares Guia (Turismo), Aldo Rebelo (Coordenação Política), Antonio Palocci (Fazenda) e ao presidente Lula. O ex-ministro Miro Teixeira (Comunicações) também teria sido informado.

Segundo Jefferson, depois de Lula ter recebido essa informação, em janeiro deste ano, o pagamento teria cessado e esse seria o motivo por que o governo estaria enfrentando dificuldades com a base aliada no Congresso. Na reunião com Lula, também teriam estado presentes, segundo o deputado, o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho.

O presidente do PTB diz ter tomado conhecimento do suposto esquema por intermédio de diversos deputados. Primeiro, teria sido informado pelo ex-presidente do PTB, José Carlos Martinez (PR, morto em 2003), que lhe teria pedido opinião sobre uma oferta de Delúbio Soares para que o PTB fosse incluído no pagamento já praticado com o PP e o PL. Jefferson conta ter rejeitado a oferta.

Depois da morte de Martinez, Jefferson diz que o novo líder do PTB na Câmara, José Múcio (PTB-PE), foi novamente procurado por Soares. Múcio teria sido "presssionado" pelos deputados Bispo Rodrigues (PL-RJ), Valdemar Costa Neto (SP, presidente do PL) e Pedro Henry (PP-MT) a aceitar a oferta.

Jefferson diz ainda que, em outra ocasião, foi procurado por dois deputados do PTB que estariam sendo "cooptados" por Pedro Henry para aceitar o "mensalão". Ele conta ter pedido ao deputado Íris Simões (PTB-PR) para dizer a Henry que, em caso de insistência, denunciaria o esquema na tribuna. O deputado João Lyra (PTB-AL) também saberia do esquema. O presidente do PTB diz ter rejeitado a oferta do "mensalão" em todas essas oportunidades.

Na entrevista, o deputado reafirma sua inocência com relação aos supostos esquemas de arrecadação de propinas em benefício do PTB em estatais como os Correios e o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB). As investigações sobre corrupção nessas estatais estão sendo conduzidas pela Polícia Federal e pela Controladoria Geral da União, além de comissões internas de sindicância.

As acusações surgiram a partir da divulgação do conteúdo de uma fita de vídeo em que o ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Mauricio Marinho, recebe R$ 3 mil de empresários para favorecê-los em uma licitação da empresa. Na fita, ele revela supostos detalhes de um esquema de arrecadação para o PTB. Na entrevista publicada hoje, Jefferson diz que a maior parte das denúncias feitas por Marinho na fita atinge indicados pelo PT nos Correios e acusa Policarpo Jr., repórter da revista Veja que divulgou a gravação, de proteger os petistas.



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