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La insignia
24 de abril de 2002


Brasil

Os mentirosos


Laerte Braga


O perfil de Fernando Henrique Cardoso não é o de quem chega ao final de seu governo acreditando que o saldo de realizações nesses quase oito anos seja positivo. É o de uma político amoral, montado num cinismo sem paralelo na história do Brasil e que tem consciência absoluta do papel que exerceu: o de transformar a esperança das pessoas numa ansiedade doidivana, de criar no brasileiro a sensação que um país como o que todos sonhamos se faz com mentiras.

A trajetória de FHC é uma página aberta dessa desfaçatez com que exerceu e exerce a gerência geral de um dos grandes negócios do capital, o Brasil. Pouco se lhe dá se os índices sociais são negativos. Basta uma boa verba de publicidade que a "estatal" Globo e quejandos dispara filmes maravilhosos mostrando um Brasil que não existe.

A insatisfação popular, nesse quadro, continuou a ser caso de polícia. São inúmeros os exemplos de violência. O maior deles o massacre de trabalhadores rurais sem terra em Eldorado dos Carajás.

E a maior de todas as provas do verdadeiro caráter de FHC está nas suas declarações logo após o crime perpetrado por jagunços/policiais: "quem procura acha". Só veio a chorar lágrimas, mas de crocodilo, quando sua assessoria avisou-o da repercussão internacional do caso.

De lá para tem sido uma sucessão de absurdos. De atos de corrupção. De banditismo explícito contra o Brasil.

Há alguns anos atrás um advogado que militava no fórum de Minas Gerais e vivia em trânsito de sua cidade para a capital, contou para amigos estarrecidos que, ao sair em direção à capital para impetrar um recurso de um cliente muito importante, no seu Austin 40, percebeu, depois de rodar 50 quilômetros, que estava sem a quarta marcha; mais cinqüenta quilômetros e foi-se a terceira; outros cinqüenta, estrepou-se a segunda; a primeira não respondia quando faltavam outros cinqüenta quilômetros para chegar e menos de 40 minutos para o término do expediente no tribunal. Ultimo dia de prazo, pendência de milhões em jogo.

Foi de marcha a ré até a capital. os tais quilômetros que faltavam e chegou um minuto antes do término do expediente. De quebra, meses depois ganhou a causa.

Esse advogado, um áulico da ditadura militar, ficou famoso por casos assim. Como outro, em que tendo permanecido numa churrascaria até altas horas, já sem os bondes, era a época dos bondes, com forte chuva, lembrou-se que usava um sapato de biqueiras de metal e... ...Abriu as pernas, colocou uma ponta do sapato em cada trilho de bonde, "ligou" o guarda chuvas na corrente e foi até o fim da linha, próxima da sua casa. Pois é.

Os jornais brasileiros, aqueles onde ainda sobre um resquício de ética jornalística, ou expiação, quem sabe, diante do apoio durante todos esses ao desgoverno FHC, começam a mostrar as mentiras do gerente. Não são como as do advogado, que não causam mais que gostosas gargalhadas. Causam dor, sofrimento, angústia, desemprego, fome, violência, transformam o Brasil numa terra de ninguém, com 40 mil homicídios por ano.

A "Folha de São Paulo", que sabe tudo sobre a corrupção no processo de privatizações, principalmente do setor de telefonia mas senta em cima, revela hoje que as estatísticas do governo dos mentirosos sobre reforma agrária, são falsas. Terras que constam do papelório propagandístico de um sem vergonha como Raul Jungman, como assentamentos, nas gordas estatísticas enganadoras de FHC, não o são. São matagal.

Os caras simplesmente meteram o carimbo e pronto. Não fizeram mais nada. Não existem camponeses, nem crédito para a produção. Só propaganda. Só mentira.

O socorro às companhias telefônicas privatizadas ganhou contornos de escândalo na semana passada. E outra mentira. Um diretor de uma delas produziu um documento que fala de dificuldades e falência do sistema, sem assinatura, sem identificação, mandou para o Banco Central do doutor George Soros, digo Armínio Fraga e o dito banco peitou a ANATEL - Agência Nacional de Telecomunicações - que exigia das empresas o cumprimento dos contratos assinados quando "compraram/ganharam" o setor, no ano da reeleição.

Querem aumento de tarifas, dinheiro do BNDES - Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social - para cobrir os prejuízos. Vão ganhar, claro e vão contribuir para a esquálida candidatura oficial, do ex ministro dos Laboratórios, digo da Saúde, José Serra. Por Ter estrilado, o presidente da ANATEL, vai responder por infringir as disposições do Conselho de Ética do governo. Foi decidido pelo empregado de Soros, outro, Pedro Parente, capanga de Malan, na defesa dos interesses de um dos principais grupos controladores do Estado brasileiro.

A CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - denunciou essa semana, através de d. Luciano Mendes, que o eleitor brasileiro vai ser enganado outra vez, a não ser que preste atenção ao que de fato acontece. O presidente da entidade (sob bombardeio da cúria fascista do Vaticano), d. Jayme Chemello, na reunião que juntou todos os bispos brasileiros, denunciou a fome como a conseqüência mais grave e cruel do neo liberalismo de FHC. Dos novos tempos.

A grande mentira que é FHC não afeta ao próprio FHC. É a diferença do sujeito imoral para o amoral. No amora não existem escrúpulos e nem sentimentos. Só o espelho, os interesses e as contas bancárias nos paraísos fiscais, ou a fazenda compradas com sobras de campanhas eleitorais e onde são "produzidos" vinhos de 6 mil reais a garrafa, uísque de hum mil poucos reais e uma intensa coleção de cachaças da primeira dama, aquela que cuida de boa parte dos programas sociais da gerência.

O funcionário do FMI designado para cuidar do setor fazendário no Brasil, Pedro Malan, ao tomar conhecimento que a CPMF - Contribuição Provisória de Movimentação Financeira - (foi criado originalmente para gerar recursos para a saúde, idéia médico Adib Jatene, primeiro ministro da Saúde de FHC), foi logo avisando que vai aumentar o IOFR (Imposto sobre Operações Financeiras). Não pode, nem em pensamento, permitir que as contas públicas sejam arruinadas, o que quer dizer, no caso de FHC, o dinheiro dos bancos estrangeiros, maiores acionistas do Estado brasileiro.

O Secretário Geral da Presidência da República, um sacripanta chamado Artur Virgílio, em artigo na imprensa, defende a medida alegando que esse é o maior feito do governo. Como o artigo foi publicado num jornal, circulação restrita às classes médias e altas, em seu Estado, Amazonas, vai poder dizer que aumento de imposto é um absurdo. É outro mentiroso.

O Brasil aproxima-se dos oito anos de governo de FHC sem qualquer avanço senão em direção ao atraso, cada vez maior. Deixamos de ser nação soberana, viramos quintal dos interesses norte-americanos. Não adianta FHC, nesse último ano, por razões eleitorais, meramente por isso, criticar Bush, pois como dizia Getúlio Vargas, isso "é guampada de boi manso". Na hora agá senta e fica caladinho como ficou todo esse tempo. FHC, seu candidato, seu partido, os partidos que o apoiam, são os grandes instrumentos da mentira e da corrupção, é decorrência, que tomam conta do Brasil e neste ano eleitoral, está custando caro demais ao contribuinte, ao eleitor.

O advogado de que contei dois casos acima, duas mentiras, ganhou um troféu dos amigos, fictício, chamado MMM - Maior Mentiroso do Mundo -. O de FHC não e fictício. É real, como a moeda que Itamar criou para elegê-lo. E é como aquele sujeito, que, vítima de um ataque de peixe espada, com a dita espada atravessada no peito, diz ao médio que pergunta se dói: "só quando rio".

No brasileiro não. Dói o tempo inteiro. A espada do capital selvagem, bárbaro, está atravessada em todos nós.



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