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La insignia
8 de abril de 2002


Não tropece na língua!

Ó aberto, nada a ver


Maria Tereza Piacentini
Língua Brasil, abril de 2002.


“Gostaria de ver compilada uma lista de palavras nas quais o ‘o’ seja aberto no plural ou feminino (ovo/ova – olho/olhos)”. A. A., São Paulo/SP

Normalmente as vogais das palavras paroxítonas têm o mesmo som no singular e no plural, como por exemplo: bolha – bolhas, cachorro – cachorros, mola – molas, modo – modos. Há contudo algumas exceções, em que o “o” da sílaba tônica é fechado no singular e aberto [ó] no plural. Eis os principais casos, de acordo com a pronúncia brasileira:

abrolhos - jogos
caroços - miolos
corcovos - olhos
cornos - ossos
coros - ovos
corpos - poços
corvos - porcos
despojos - portos
desportos - postos [todos os terminados em -postos]
destroços - povos
esforços - reforços
fogos - rogos
formosos - sobrolhos
fornos - socorros
foros - tijolos
fossos - tortos
gostosos - tremoços
grossos - troços
Nessa lista de fato aparecem alguns substantivos que têm um feminino com ó aberto, o que parece justificar o aparecimento do som aberto do masculino plural (por exemplo: porco-pórca-pórcos, ovo-óva-óvos). Mas isso não é “regra”, pois não se aplica a outras palavras como miolo e forno, que não têm feminino, e tampouco a outros vocábulos que têm um equivalente feminino aberto mas cujo plural permanece com o som fechado, de que é exemplo sogro (sôgro-sógra-sôgros) ou toldo (tôldo-tólda-tôldos). Assim, pode haver hesitação por parte do falante igualmente nos seguintes casos, que no Brasil têm som fechado [ô] no singular e no plural:

acordo – acordos
choco – chocos
contorno – contornos
desgosto – desgostos
estorno – estornos
estorvo – estorvos
globo – globos
gosto – gostos
rosto – rostos
suborno – subornos
transtorno – transtornos
toco – tocos
torno – tornos
troco – trocos

Como se vê, não há regra absoluta. O jeito, então, é decorar as palavras que interessam.


“Nada a ver é uma expressão correta? ‘Não tive nada a ver com o fato.’ Vi grafado nada a haver...” Lyana, Rio Claro/SP

O errado, claro, é *nada haver. “Não tem nada a ver” é uma expressão coloquial mas correta. Também se pode usar ‘que’ no lugar de ‘a’: “Isso não tem nada que ver com o assunto tratado na reunião”.



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