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La insignia
13 de janeiro de 2007


Os EUA e a ecologia


Luís Nassif
La Insignia. Brasil, janeiro de 2007.


Um leitor da coluna recém-chegado dos Estados Unidos observou mudanças fundamentais em vários aspectos institucionais e políticos americanos.

O principal é a questão do meio ambiente. Ele chama atenção especialmente para a ascensão da Deputada Nancy Pelosi para a cúpula do Congresso dos Estados Unidos. Como Speaker (equivalente a Presidente) da Câmara, ela deve merecer atenção especial dos brasileiros. Essa ascensão de Pelosi coincide com uma crescente preocupação nos EUA em relação a problemas ambientais graves no Brasil. Mais cedo ou mais tarde essa percepção irá se refletir nos mercados.

A demora na concessão de licença ambiental tem atrasado muitas obras. Mas é necessário cuidado redobrado com as medidas para agilizar o processo. Qualquer atitude que represente descaso em relação ao tema irá afetar o país.

Em seu último número, a respeitada revista "National Geographic Magazine", traz matéria de capa arrasadora sobre a destruição da floresta amazônica, colocando frontalmente a culpa na negligência e descaso dos brasileiros. Este é o tipo de cobertura que prejudica e vai prejudicar a imagem comercial do país, podendo afetar exportações e investimentos.

Nos EUA, os Republicanos são tradicionalmente negligentes com o meio ambiente, mas os democratas são ecologistas furiosos, principalmente os da Califórnia, de onde vem a Deputada Pelosi. Existe uma grande probabilidade do Presidente americano que suceder a George Bush Jr. ser do Partido Democrata. Se isso ocorrer, o tema meio ambiente volta com força total na política americana. E, no Partido Democrata, Nancy é a voz da ecologia.

Ela está no seu 10º mandato. Tem enorme influência no Partido Democrata. Influência de raiz, aliás, pois seu pai Thomas d'Alessandro foi deputado por cinco mandatos e Prefeito de Baltimore por duas vezes, nas décadas de 40 e 50. Seu irmão, Thomas d'Alessandro Jr. foi também Prefeito de Baltimore na década de 70.

É de sua autoria a conhecida "Emenda Pelosi", exigindo avaliação ambiental nos empréstimos das instituições financeiras das quais o Tesouro americano seja acionista, caso do Banco Mundial e do BID, decisão que, nos anos 90, ajudou a mudar a visão econômica sobre ecologia.

O Brasil não pode dormir de touca nesse tema. Terá que reavaliar rapidamente os danos ambientais trazidos pela expansão da soja, da exploração da madeira e do gado. Em troca de algum incremento nas exportações, alerta o leitor, pode estar sendo destruído um capital muito mais valioso e inesgotável na biodiversidade amazônica, na imagem do País e, em breve, com impactos econômicos e financeiros, com riscos de boicotes, sanções e restrições à exportação de produtos brasileiros.

Um dos problemas do caos ambiental, aliás, são alguns governos estaduais, de visão curtíssima, sem qualquer visão desses vastos processos de interesse estratégico nacional, preocupados exclusivamente com a arrecadação imediata, permitindo carvoarias, siderúrgicas e destilarias em zonas de alto valor ecológico, sem qualquer constrangimento.

Projeções

As primeiras estimativas sobre 2006 indicam que a carga tributária pode ter crescido mais ainda, de 37,67% do PIB (Produto Interno Bruto) para 38,47%. Outras previsões para 2007: dólar fechando em R$ 2,10; taxa Selic em 11,75%; saldo de balança comercial caindo de US$ 45 para US$ 38,6 bilhões; saldo em conta corrente, de US$ 13,5 b i para US$ 6,4 bi; reservas cambiais mantendo-se nos níveis atuais.

A Lei Geral

A Lei Geral da Micro e Pequena Empresa esbarra em alguns problemas não resolvidos. Há a possibilidade de aumento de tributação para imobiliárias, escritórios contábeis, academias, empresas de vigilância e limpeza. Não há clareza sobre o repasse de verbas da União para estados e municípios. Mesmo assim, deverá entrar em vigor em julho próximo, com perspectivas formalização de 2 milhões de empresas.

Emergente retardado

Reunidos em Genebra, presidentes de Bancos Centrais estimam que a economia mundial crescerá 4,9% em 2007. Em todo processo de crescimento, países emergentes costumam crescer acima da média; países desenvolvidos abaixo. Existe lógica, porque emergentes ainda estão por se construir. O Brasil continua sendo um caso único de emergente que tem uma política monetária de desenvolvido, e cresce abaixo da média.

Os poluidores

Apenas dois países respondem por mais de 50% do dióxido de carbono produzido no mundo: Estados Unidos com 36,10% do total; a Rússia com 17,40%. Atrás vem o Japão, com 8,5%, a Alemanha com 7,4%, o Reino Unido com 4,3%. Atualmente o Brasil está em segundo lugar no desenvolvimento de mecanismos para redução de emissão de gases, com 135 projetos em um total de 575 em fase de validação ou superior.

O anônimo

É inacreditável que nenhum grande jornal tenha se habilitado a contar a história do mineirinho que, vivendo mal e porcamente, devendo para toda a cidade, tinha R$ 1,2 bi que apareceu em sua conta. É uma história de primeiríssima, o fio da meada para um golpe de proporções gigantescas. Só para efeito de comparação, o rombo do Banco Nacional chegou a R$ 1 bi. Mas conta-se com se fosse uma história banal.

O cabeça de planilha

Ex-diretor do Banco Central, economista-chefe do ABN Amro, Alexandre Schwartsman se habilita ao título de "cabeça de planilha" do ano. Seus relatórios econômicos vêm com abundância de cálculos e com escassez de conclusões. Schwartsman foi autor da bazófia do ano em 2006, em termos de economia: declarou que Yoshiaki Nakano, considerado dos mais reputados economistas brasileiros, "não entende nada de economia".



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