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La insignia
23 de agosto de 2006


A moeda única sul-americana


Luís Nassif
La Insignia. Brasil, agosto de 2006.


Tema cada vez mais presente nas discussões sobre políticas públicas, ainda não há consenso sobre as formas de integração na América do Sul, conforme as conclusões do Terceiro Foro Sul-Americano, organizado na sexta-feira passada pelo IUPERJ, no Rio de Janeiro. E por um paradoxo, apontado pelo assessor da Presidência da República Marco Aurélio Garcia.

Integração é tese dos internacionalistas. Eles não acreditam que cada país se basta e são partidários das parcerias e associações internacionais. Mas nossos internacionalistas só tem olhos para o que se passa acima da linha do Equador.

Por outro lado, os que brandem a bandeira da integração são nacionalistas como Evo Morales e Hugo Chaves. Os conflitos entre integração e interesses nacionais ficaram claros na maneira como Morales tentou desapropriar ativos da Petrobrás.

Mais que isso: não existe sequer uma unidade monetária no continente, e o fluxo de comércio, quando aumenta, é meramente substitutivo. Antes da explosão do câmbio brasileiro, em 1999, o Mercosul tinha mostrado expressivo aumento das exportações brasileiras e argentinas para o próprio bloco. Mas era um jogo de soma zero. Aproveitando a queda de barreiras comerciais, as grandes empresas meramente faziam uma realocação da produção: aumentavam as vendas de carros da Argentina, de calçados do Brasil. Bastou o câmbio brasileiro explodir para matar as exportações argentinas e uruguaias e jogar o Mercosul em uma crise generalizada.

Há algumas idéias sobre como iniciar uma integração de fato. Um caminho seria criar interesses comuns, projetos que significassem para a América Latina o que o Airbus significou para a União Européia - com vários países participando da sua fabricação.

Marco Aurélio supõe que a fabricação de navios poderia ser o caminho. Mas as disparidades tecnológicas do continente são muito expressivas. Além disso, na União Européia houve uma forte participação dos estados nacionais, auxiliando os mais fracos e atuando sobre as regiões de pobreza. Aqui, se têm estados nacionais quebrados.

Um outro caminho, mais concreto, seria estimular formas de unificar a moeda, de maneira a que as transações no continente não necessitassem do dólar como unidade de compra. Quando estourou a crise externa na América Latina, os países ficaram amarrados até em seus comércios bilaterais.

Antes de se pensar em uma moeda única, a idéia é estimular os CCRs (Convênios de Crédito Recíproco), pelos quais os Bancos Centrais funcionam como uma caixa de compensação para as operações comerciais, bancando, inclusive, o risco soberano das operações.

Um segundo caminho seria estimular uma fusão das operações da BMF (Bolsa Mercantil e de Futuros) para que se tornasse em uma grande "clearing" (local onde se acertam as posições entre comprados e vendidos) das operações com as diversas moedas do continente.

O caminho definitivo seria a moeda única, algo que estimularia não apenas a economia, mas o sentimento de solidariedade da região.

Mas ainda há um longuíssimo caminho a se percorrer.



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